O dia 24 de dezembro é uma data muito especial na República Popular Democrática da Coreia, afinal, ele marca o aniversário de nascimento de Kim Jong Suk, considerada uma heroína nacional de grande importância. Kim Jong Suk foi uma guerrilheira anti-japonesa e revolucionária que lutou no movimento comunista que expulsou os colonizadores japoneses da Coreia em 1945.
Kim Jong Suk nasceu no seio de uma família muito pobre em 24 de dezembro de 1917, quando a Coreia estava ocupada pelos japoneses. Desde muito jovem, assim como aconteceu com vários coreanos, ela sofreu na pele os abusos das autoridades japonesas ocupantes que perturbavam seu vilarejo. Tomou conhecimento dos movimentos coreanos que buscavam a independência em relação ao Japão e se interessou pela luta patriótica.
Ainda na adolescência, Kim Jong Suk ouviu falar no nome de Kim Il Sung. Na época, ela ficou sabendo que ele estava reunindo os melhores filhos da Coreia para lutar contra os japoneses numa guerra de guerrilha. A figura de Kim Il Sung atraiu sua atenção e ela saiu de casa, partindo para lutar ao lado das guerrilhas revolucionárias.

Dentro do movimento, Kim Jong Suk pôde conhecer pessoalmente o líder insurgente e os dois acabaram se apaixonando. Kim Jong Suk acabou se tornando também guarda-costas de Kim Il Sung. Durante diversas ocasiões, em batalhas contra os japoneses, ela salvou a vida do líder arriscando a sua própria. Os dois formaram um casal e o fruto dessa união foi o nascimento de Kim Jong Il, filho da Revolução Coreana e do casal revolucionário. Ele veio ao mundo no sopé do Monte Paektu em 1942, a montanha sagrada da Coreia. Nascia ali a lendária “Família do Paektu”. O casal, em poucos anos, seria o fundador de uma nova era na Coreia.

Dentro do movimento comunista coreano, Kim Jong Suk é uma revolucionária ímpar. Sua coragem e fibra impressionavam a todos. Alguns comandantes duvidavam de sua capacidade por ela ser mulher, mas logo se arrependiam de suas palavras ao vê-la em ação.
Kim Jong Suk ficou conhecida por ações intrépidas contra os japoneses. Ela entrava em território ocupado pelo inimigo e causava sentimentos de revolta entre os aldeões, incitando-os contra a ocupação estrangeira e reunindo mais apoio para o Exército Popular Revolucionário. Ela criou uma divisão exclusivamente feminina dentro do Exército (uma das primeiras do mundo) e todas as moças da Coreia sonhavam em lutar ao lado de Kim Jong Suk. Ela também era estrategista militar e organizava ataques contra os inimigos que causavam grandes prejuízos para os japoneses e muniam os revolucionários de equipamentos para as novas batalhas.


Em 1945, Kim Jong Suk alcançou a vitória de sua causa ao libertar a Coreia da ocupação japonesa. Um ano depois, em 1946, ela participa da destruição da velha estrutura machista da Coreia ao assinar a Lei de Igualdade entre Homens e Mulheres. Em 1948, se torna uma das figuras políticas fundadoras da República Popular Democrática da Coreia e presencia a oficialização de seu exército como exército formal da República, renomeado para Exército Popular da Coreia. Nele, transformada em comandante, ela introduz novas e modernas táticas militares.
Um episódio muito curioso também envolve Kim Jong Suk. Quando surgiu a necessidade de se criar uma força de paraquedistas para esse novo Exército, ninguém teve iniciativa e coragem de saltar de um avião. Kim Jong Suk, demonstrando grande coragem e espírito revolucionário, ingressou num treinamento para paraquedistas e acabou se tornando a primeira pessoa na Coreia a saltar de um paraquedas, inaugurando essa modalidade de luta.

Como mãe, sua educação e carinho para com Kim Jong Il, seu filho e futuro Líder do país, extrapolou a vida familiar e refletiu a vida em todo o país. Ela participou da vida educacional de toda a nação, fazendo visitas à escolas e participando dos primeiros movimentos de alfabetização dos coreanos. Ela também foi ativa participante de políticas públicas nas áreas de cidadania, trabalho, economia, defesa e educação.


A vida dessa importante revolucionária coreana chegou ao fim prematuramente em 1949, quando, com apenas 32 anos, ela faleceu por complicações de saúde.
Por conta de seu papel fundamental na formação da sociedade socialista jucheana, Kim Jong Suk é conhecida como a “Mãe da Coreia”. Ela combinou a luta de libertação nacional, a luta pela construção da sociedade socialista e a luta pela libertação das mulheres com as demandas de sua época e é aclamada até hoje como um exemplo de ser humano para todos.
Por isso, todo 24 de dezembro, dia de seu nascimento, os coreanos honram sua memória.
Lucas Rubio
Centro de Estudos da Política Songun – Brasil
Extraordinária narrativa. É duro encontrar informações sobre a Sra. Suk, especialmente em português. Meus parabéns ao editor, e meus votos de felicidades ao belo povo norte-coreano! Saudações.
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Não a conhecia, história incrível. Inclusive, daria um bom filme.
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Incrível história de muita luta e determinação da senhora Kim Jong Suk,emocionante e de grande importância para um povo que foi reprimido pelo Império Japonês,e depois pelo Império Dos Estados Unidos.
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