Uma lembrança em razão dos 26 anos de falecimento do Presidente Kim Il Sung, ocorrido em 8 de julho de 1994
Vivemos em tempos muito complicados, onde a vida parece cada vez mais dura. Os cercos do capitalismo em sua forma mais extrema nos amarram a uma vida de muitas incertezas e falta de perspectivas: não sabemos se continuaremos no emprego que estamos atualmente, se continuaremos a receber o mesmo salário, se conseguiremos nos manter… E não é somente aqui no Brasil, pois em diversos países do mundo uma crise se acentua e a quantidade de empregos informais aumenta muito. Os mais ricos continuam enriquecendo e pessoas que antes tinham uma vida confortável, agora passam por dificuldades financeiras que nunca experimentaram antes.
No mundo do trabalho, a coisa toma um rumo não muito diferente com tantas terceirizações, flexibilizações, bilionários donos de empresas gigantescas pregando a diminuição de direitos trabalhistas e o aumento de cargas horárias. Políticas para favorecer mais a eles do que a nós se instauram todos os dias. E seguimos desta maneira, sentindo desesperança, angústia, e frustrações de uma vida que não gostaríamos de viver. São as durezas de se viver no capitalismo em colapso.
As ideologias e o partidarismo também parecem não auxiliar muito: são somente discussões, brigas, quem é melhor ou pior, quem deixou de fazer mais ou menos… Entre os mais cultos e fundamentados, somente teoria e mais teoria. As discussões circulam entre cigarros e cervejas, em mesas de bar e, em tempos de pandemia, nas redes sociais. Nada que apresente perspectivas, pois não sairá dali, e sempre haverá a voz da razão para dizer que “enquanto vocês só discutem, eles estão botando em prática cada vez mais planos contra nós”, e deixar todos em silêncio, ou num tom incômodo de deboches e reclamação.
A verdade, camaradas, é que estamos em um período extremamente difícil. A miséria e a fome cresceram em nosso país, a falta de teto, de condições básicas de vida, de saneamento básico, de saúde de qualidade, de educação de qualidade, de empregos, de dinheiro, a violência urbana aumentando, a falta de segurança em todos os sentidos. É praticamente o que os cristãos poderiam descrever como um inferno. Mas a pergunta que ronda a mente de muitas pessoas é: porque não fazemos nada? Porque somos tão passivos?
E a resposta para isso: é cultural. É histórico. Tivemos muito pouco tempo de democracia. Não aprendemos a participar, criticar, protestar do jeito certo, e nem lutar por nossos direitos. A maioria das pessoas tem medo disso.
Mas como podemos mudar esse quadro? O que devemos fazer para que isso se encerre? Pois vontade de mudança existe, mas não há o menor movimento para isso! São tantas ideias, tanta teoria, tantos livros, mas parece que não sai disso!
Todas essas perguntas rondam as mentes das pessoas mais esclarecidas dos cenários políticos e econômicos mundiais, e as respostas podem variar muito. No meio socialista, muitas podem ser inconclusivas e a prática para se chegar nos objetivos igualmente inconclusiva. Porém, poucas pessoas parecem pensar em uma mudança real, para se chegar a um objetivo único: a mudança de paradigmas em nossa sociedade. Esse é o objetivo final de toda ideologia socialista e devemos, enquanto tais, abraçar e perseguir isso até o fim. Para isso, a real pergunta que deve ser feita aqui é: que exemplos podemos tomar para que nos inspiremos no despertar do espírito revolucionário?
Enquanto um Centro de Estudos da política militar e da organização social da Coreia Socialista, temos aqui nossas grandes inspirações revolucionárias, que conduziram e conduzem essa próspera nação ao ápice. E o maior exemplo que podemos dar, é de um dos mais respeitados e reconhecidos líderes revolucionários do mundo, que no dia 15 de abril relembramos seu nascimento, e estaria completando 108 anos se ainda estivesse entre nós. Este Grande Líder é o camarada Kim Il Sung, que liderou toda uma revolução pela liberdade de seu povo. Vejamos aqui um pouco de sua história.
A Península Coreana foi dominada pelo Império Japonês em 1910, em um regime extremamente repressor e violento, que foi um verdadeiro pesadelo na vida dos coreanos. Imagine não poder falar sua própria língua, praticar sua própria cultura e costumes, religião tradicional, ter de adotar um nome na língua do colonizador ao invés do seu, ser considerado um sub-cidadão, ser escravizado de várias maneiras, ver coisas horrendas com seus próprios olhos, praticadas por pessoas que simplesmente tomaram posse do território e identidade que pertenciam a você? Foi isso que aconteceu naquela época. Dois anos após o início dessa dominação, nasceu de uma família camponesa um menino que cresceu nessa realidade. Aos quatorze anos de idade, não suportou mais passar por nada disso (naquela época você se tornava um adulto cedo, ainda mais da forma como tratavam os coreanos) e resolveu se juntar a rapazes de sua idade para lutar contra esse império. Sua vontade de mudar tudo, que estudiosos de sua vida chamam de “uma vontade de aço”, fez com que conseguisse despertar nas pessoas o desejo de derrubar o Império Japonês e libertar seu povo de todo esse horror. Em pouco tempo, já havia algumas centenas de pessoas em um verdadeiro exército de guerrilha que, sob o comando desse jovem rapaz (repito, de apenas quatorze anos), conseguiu liderar a batalha que retirou de suas terras o colonizador. Sua afiliação à ideologia do socialismo marxista acrescentou à essa luta contra o imperialismo o objetivo da libertação total do povo coreano e a instauração do governo das massas, nos modelos de Marx e Lenin. Esse jovem, o camarada Kim Il Sung, após todas essas significativas batalhas, conseguiu com seu exército revolucionário tornar dessa ideologia uma realidade, angariando cada vez mais braços para a luta em prol da vitória final.
Mesmo com o imperialismo (dessa vez sob a face de um novo inimigo: os americanos) tentando contra atacar de maneira extremamente covarde, o que ceifou a vida de muitos de seus irmãos e irmãs da Coreia, o Grande Líder dessa batalha, o camarada Kim Il Sung, conseguiu de maneira excepcional comandar seu grande Exército Popular para acabar com essa ameaça. E não só venceu, como os imperialistas tiveram de fazer um acordo de armistício para cessar a guerra e dividir a Península em dois lados: norte e sul. O agora Presidente Kim Il Sung liderou o país recém fundado com muita força, pulso firme, e colocando as pessoas primeiro lugar, pois, segundo ele, “o povo é meu Deus”. Realizou façanhas incríveis para aumentar a qualidade de vida de seu povo e obteve êxito. Sua vontade de aço não permitiu que o imperialismo atacasse de novo seu país, apesar de todas as ameaças e sanções, e suas ideias de autodeterminação e autossuficiência (chamadas por ele de Juche) foram o que fizeram essa nação prosperar. Kim Il Sung era um homem devotado ao povo, à Revolução, e sua rotina era somente o crescimento do povo enquanto nação e enquanto donos de seu próprio destino. Fez amizade com líderes de diversas nações, mesmo não concordando em muitos pontos com as ideologias de muitos deles, ganhou simpatia de todos e os ajudou em seus caminhos pelo progresso de seus povos, assim como também recebeu ajuda para tal. Foi um líder revolucionário muito aclamado, e considerado um exemplo para todos aqueles que seguiam o mesmo caminho.
Vendo a história e a jornada percorrida por esse jovem de quatorze anos que liderou exércitos e um país inteiro, que libertou uma nação inteira do domínio de um império até então conhecido como “poderoso” e se tornou o Grande Líder de um país fruto da revolução que comandou, podemos pensar que esse é um grande exemplo. Claro que existem tantos outros, mas aqui expomos esse grandioso, do qual devemos nos espelhar quando pensarmos “o que devemos fazer”. A inconformação com nossa atual realidade deve nos nortear e devemos então desenvolver essa mesma vontade aço para que possamos modificar e moldar por completo nossa realidade e sermos donos do nosso destino. Se esse jovem conseguiu, então todos nós conseguimos, uma vez que ele não era nem um pouco privilegiado na sociedade onde vivia! Era o pária dos párias: um camponês de um pequeno vilarejo, em uma sociedade que o considerava como um sub-cidadão, escravo do Império Japonês sem direitos. Sua vida, e a de quem estava com ele, era somente de servidão. Sua determinação e sua desobediência a esse sistema imposto e extremamente opressor foi o que gerou toda essa reviravolta. E é um exemplo como esses que devemos nos inspirar aqui, para originar a verdadeira mudança, em épocas onde a não conformação é demonstrada somente com discursos acadêmicos e atitudes que não levam a lugar algum.
Em tempos de dificuldade, as ideias não ficam muito claras, e acabamos por querer desistir de muitas coisas. Mas, devemos sempre lembrar que somos os senhores de nosso próprio destino, temos toda a força para moldá-lo e modificá-lo da maneira como queremos, pois somos poderosos e mestres de nosso caminho. Essa é a lição que esse Grande Líder deixa para nós, e deixou durante toda sua vida, em exemplos e mais exemplos que servem para todos nós até hoje. Para acabar com os tempos difíceis, desenvolvamos a força dos líderes revolucionários, e nos espelhemos em bons exemplos, como o do Grande Líder camarada Kim Il Sung! Desenvolvamos a vontade de aço!
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Raphael Puig
Delegado para o Rio de Janeiro do Centro de Estudos da Política Songun – Brasil