As mídias estatais da República Popular Democrática da Coreia têm noticiado ao seu povo as intensas manifestações ocorridas nos Estados Unidos da América nos últimos dias após um policial branco matar barbaramente um negro na cidade de Mineápolis, estado do Minnesota.
É o caso do jornal Rodong Sinmun, órgão do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia e jornal impresso mais popular do país.
Em nota publicada no dia 2 de junho de 2020, o jornal noticia “protestos contra a violência policial perpetuada principalmente por policiais brancos contra a população negra”.

A tradução da matéria acima é a seguinte:
Protestos contra a violência de policiais brancos contra negros em múltiplas localidades dos EUA
Estão acontecendo nas principais cidades dos Estados Unidos protestos contra a violência policial perpetuada principalmente por policiais brancos contra a população negra.
No dia 29 de maio, em Washington, centenas de manifestantes se reuniram em frente à Casa Branca para condenar severamente a brutalidade dos policiais brancos, exclamando: “Sem Justiça Não Há Paz”. Anteriormente, no dia 28, manifestantes haviam se organizado em Nova Iorque e Denver condenando os atrozes crimes de homicídio por parte da polícia e exigindo a punição dos culpados.
Na cidade de Mineápolis, do estado de Minnesota, onde ocorreu o caso de homicídio, atos de protesto ainda ocorrem diariamente apesar da imposição do toque de recolher noturno. Manifestações também ocorreram nas cidades de Chicago, Los Angeles e Memphis.
A mídia local anunciou que é esperado que ainda mais manifestantes continuem a se organizar por todo o país de agora em diante.
(Tradução de camarada Xarlí)
Entretanto, algumas notícias lançadas pela mídia norte-coreana sobre esse caso estão sendo alvo de traduções falsas por parte de pessoas comprometidas com a falsificação da verdade para difamar a RPDC. No Twitter, uma coreana colaboradora da um portal anti-RPDC chegou a afirmar que o jornal estava sendo racista e teria dito que “vidas negras são um problema”.

Acontece que a palavra “munje” (문제) pode ser traduzida como “problema”, mas também pode ser traduzida como “questão” ou “importa”. A jornalista Jeongmin traduziu a frase como “Vidas negras são um problema”, como se a Coreia Popular fosse um país racista, mas na realidade a tradução correta para essa frase é “Vidas negras importam” devido ao contexto e construção gramatical da frase. “Vidas negras importam” inclusive é um dos lemas usados pelos manifestantes.
Hoje (3), o Rodong Sinmun chegou a publicar um novo artigo sobre isso: Americanos saem às ruas em 30 cidades, tropas devem reprimir manifestantes.
Não é a primeira vez que a Coreia do Norte publica em seus meios notícias sobre tensões sociais nos EUA, uma vez que, diferente do que se pensa, notícias do mundo externo chegam ao povo coreano. Recorrentemente, a imprensa de lá publica sobre tensões sociais e sobre as repressões nos países capitalistas contra manifestações populares.
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CEPS-BR